Analisando o desinteresse e a dificuldade de interpretação e compreensão de nossos jovens, surgiu à oportunidade de fazermos um estudo mais aprofundado no campo da pesquisa com “os pequenos”.
Tudo começou quando conciliamos o conteúdo do Programa de Ensino “como se tornar cientista”, com uma abelha que entrou em nossa sala, despertando curiosidades em momento oportuno.
Através de um pequeno painel que foi se tornando insuficiente e do incentivo da Coordenação da Sala Informatizada, resolvemos desenvolver este Projeto.
Esperamos que a curiosidade, persistência e que os objetivos propostos permitam a comparação do conhecimento empírico e a constatação do conhecimento científico.
Que eles cresçam no campo da Pesquisa e que muito além de copiar e colar tornem-se autores de seus próprios registros.
Lápis, papel, cola tesoura, recortes, régua, lápis de cor, E.V.A., câmera fotográfica, filmadora, CDs, microscópio, sala informatizada, biblioteca, caixa de som, microfone.
Entender a ciência é melhorar a qualidade de vida intelectual dos alunos.
É dar a eles a “constatação”, a resposta, a busca para suas indagações.
Quando começamos o processo devemos utilizar três formas de aquisição de conhecimentos: A intuição, o empirismo e o racionalismo.
Assim, responder de forma racional a um questionamento seja ele: biológico, social ou tecnológico significa “pesquisar”.
Segundo Jean Piaget o sujeito age sobre o objeto, assimilando-o e essa ação transforma o objeto...
Ele constrói através da interação, do contato com o meio físico e social e realiza descobertas, respostas para suas dúvidas, sistematizando-as.
Pedro Demo afirma que “A criança é um grande pesquisador” e que a escola deve oportunizar a reconstrução do conhecimento, de maneira que ela perceba a importância do saber pensar e do aprender a aprender.
Em reportagem da Revista Nova Escola (Julho-2009) a autora Thais Gurgel afirma “que s criança tem uma maneira muito peculiar de entender o mundo, e à medida que cresce, se desenvolve, tem acesso a novas informações e experiências elaborando e formulando suas hipóteses.
Assim, cabe a escola aproximar os pequenos dos conhecimentos científicos.
Nossa pesquisa parte inicialmente de curiosidades de conhecimento empírico; de linguagem coloquial; de objetos de interesse do aluno, sem análise de classes específicas, nem tampouco com limitações na escolha do objeto de estudo.
Ocorre na Escola Municipal CAIC Mariano Costa, em sala de aula, em sala informatizada, em pesquisas de campo com interações familiares; com troca de informações entre os alunos; pesquisas em biblioteca, dicionários, etc.
A escolha dos temas foram em duplas, partindo de um texto”COMO SE TORNAR CIENTISTA“ do livro didático e de um questionamento sobre o que gostariam de pesquisar se fossem um cientista.
Formaram-se 11 duplas que em comum acordo decidiram o que pesquisar.
Os temas abordados foram: Abelhas, Aranhas, Borboletas, Cobras, Dragões, Insetos, Leões, Meteoros, Pássaros (2) e Vulcões.
Realizaram-se registros em rascunhos intitulados de: O que sabemos e o que não sabemos sobre...; com uma breve justificativa, completamente de seu senso-comum.
DEMO(2.000, Entrev. 0035) afirma que “Se a criança é levada a buscar seu material, a fazer sua elaboração, a se expressar argumentando, a buscar fundamentar o que diz, a fazer uma crítica ao que vê ou lê, ela vai amadurecendo como sujeito capaz de uma proposta própria”.
Assim, com apoio de fundamentações como esta tivemos a presença da professora Elair do 7º Ano que nos apresentou literalmente um microscópio, explicando suas funções e oportunizando a eles a análise das células de alguns vegetais, motivando-os a serem leitores, escritores, curiosos, persistentes e coletores de dados, onde com certeza a investigação foi tomando maior dimensão...
Já na Sala Informatizada com um objetivo de Pesquisa, os entraves da Técnica, as dificuldades do “não conhecer” a máquina tornou-se pequenos.
Pois as crianças são curiosas, retém com facilidade as informações e além de tudo, nasceram na era digital, onde muitas dificuldades que os adultos encontram com os botões ou teclas, eles sanam rapidinho.
Com a ajuda da Coordenadora Gládis Leal dos Santos, inicialmente aprenderam como entrar no Programa Power Point. A abrirem caixas de texto, digitar, observar necessidades de letras maiúsculas e minúsculas, espaçamentos, paragrafação, a ortografia, análise gramatical das frases e até criar novos slides.
Estavam eufóricos, pois viam seus rascunhos adquirindo “função social informativa”.
Como a investigação foi tomando maior dimensão as duplas sentiram a necessidade de criar um Portfólio para que suas informações fossem arquivadas, servindo assim para futura constatação de fatos.
Com pedaços de EVA, fizeram uma linda capa e começaram a coletar imagens, fazer desenhos, a trocar informações encontradas em casa com a família, a copiar parágrafos interessantes de revistas.
Recursos como a Internet, revistas Ciência Hoje, livros de Biologia, enciclopédias, muito acompanhamento em sala de aula e sala informatizada estão fazendo parte do universo de pesquisa deles.
O mais interessante é que utilizando o Google, descobriram que suas dúvidas também são dúvidas de outras pessoas. Que podiam copiar imagens para ilustrar seu trabalho e que se não fosse “o tempo” e a gripe H1N1( que consequentemente por precaução causou a interdição da Sala Informatizada) poderiam ir muito mais além...
Observa-se que a turma tinha uma leitura como prática obrigatória e que a grande maioria não lia fluentemente. Com o incentivo e as intervenções realizadas através das filmagens, do uso do microfone e caixa de som, mesmo com grande inibição “no começo” começaram a melhorar na expressão oral e a aceitarem críticas construtivas, a fazerem auto-análise de ajustes necessários, e a demonstrarem uma relação prazerosa com a leitura.
A Diretora Adjunta da Escola ao ver que os “Pequenos Cientistas” estavam empolgados, ofereceu-lhes uma aula de estudo na SOCIESC, com a oportunidade de conhecerem 3 (três) laboratórios, sendo eles: Laboratório de Fundição, Laboratório de Química e Laboratório de Ciências e Biologia.
Foram momentos inesquecíveis. Aprenderam a registrar muito.
Tiveram a oportunidade de fazer combinações químicas, de observarem borboletas, cobras e outros animais, inclusive insetos, que o biólogo tinha disponível para análise em microscópio. Criaram até um pequeno lema que esperamos que faça parte do repertório deles durante toda a vida.
__Bom-dia, amiguinhos como vai?
__Ciências não esqueço nunca mais.
__Faremos o impossível pra enxergar o que não é visto
__Com microscópio eu enxergo muito mais...
Saíram de lá acreditando que eram Cientistas, aproveitaram muito a complementação de Estudos.
Em sala de aula, fizeram desenhos, escreveram sobre o aprendizado, re- estruturaram, reconstruíram trajetos, revisaram nomes de bairros, etc.
Uma das coisas mais interessantes foi que apresentaram curiosidade em conhecer a Tabela Periódica, a qual “mesmo com falta de tempo”, utilizei uma aula com esse objetivo.
Como já sabiam o que fazia um cientista pesquisaram biografias, souberam em parte, qual foi a contribuição científica de alguns deles para nossa vida.
Através de sorteio os Cientistas que foram escolhidos foram: Aristóteles, Albert Einsten, Charles Darwin, Isaac Newton, Oswaldo Cruz, Sócrates, Benjamin Franklin, Carlos Chagas, Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, René Descartes.
Utilizaram um Projeto realizado pelos alunos da 8ª série da mesma Escola, que se encontrava linkado no Blog do CAIC.
Criaram novos slides com imagens do Cientista pesquisado, servindo assim a um acréscimo de mais dados ao Projeto.
Conseguiram autorizações de imagem e voz junto às famílias e fizeram Postagens no Blog Infoescolar (Blog criado para atividades de 3º Ano em 2.008) e desta vez comentaram sobre a importância da Ciência em nossa vida onde tiveram vários comentários que reconheceram as descobertas científicas como a das vacinas por exemplo.
Saíram no Jornal do CAIC na edição do primeiro semestre e todos fizeram questão de colar a página no Portfólio, “entusiasmados” para mostrar aos Pais.
Estudaram também bibliografias, diferenciando das biografias e conheceram nomes de autores de Revistas, sites, edições, editoras, etc.
Montaram uma WebQuest que consideram o último momento. Com auto-avaliações das duplas e da professora, com links de fotos, slides em Power Point, filmagens em sala e etc.
Apresentaram aos Pais na Entrega de Boletins, porém como previsto nem todos vieram. Deixaram uma cópia arquivada na Sala Informatizada, para servir como incentivo aos demais.
Será contínua, de forma individual, em duplas ou coletivas, haja vista que serão propostas atividades que avaliam de forma holística. Haverá avaliações por escrito, debates, análise da oralidade e expressão, considerando o interesse, a participação, a criatividade, o comprometimento e o produto final.